Fevereiro Mais Seco Desde 1931 em Portugal Continental - IM

05-03-2012 18:32

O balanço climatológico do mês de Fevereiro de 2012 permite caraterizá-lo como excecionalmente frio e seco no território continental.

Com um valor médio de precipitação de 2.2mm, o mês de fevereiro registou um valor cerca de 50 vezes inferior ao normal (100, 1 mm), o que permite classificá-lo como extremamente seco, colocando-o mesmo como o fevereiro mais seco desde que se iniciaram  os registos continuados de observação, em 1931.

Esta situação ficou a dever-se à influência de cristas anticiclónicas sobre o território do continente, que foram atuando como bloqueio à influência e atravessamento das superfícies frontais que habitualmente afetam o território continental nos meses de inverno.

Como decorrência da quase ausência de precipitação neste mês, a situação de seca meteorológica intensificou-se em todo o território nacional, encontrando-se no final do mês a totalidade do território continental em situação de seca, repartindo-se por seca severa (68%) e extrema (32%), os dois níveis de maior severidade deste fenómeno climático.

A temperatura do ar registou igualmente valores extraordinariamente baixos, nomeadamente na temperatura mínima, com uma anomalia média de cerca de -5ºC em relação ao valor normal, o que posiciona este fevereiro como o segundo com temperatura mínima do ar mais baixa, desde 1931. Destaca-se ainda a ocorrência de vários dias com temperatura mínima inferior a 0ºC em muitas localidades e o registo de novos valores mínimos absolutos.

As baixas temperaturas persistiram neste mês de Fevereiro durante longos períodos, tendo-se registado situações prolongadas de ondas de frio em várias estações da rede do Instituto, tendo em alguns casos atingido mais de 18 dias consecutivos.

Os valores médios da temperatura média e máxima do ar também foram inferiores aos respetivos valores normais, em -0,26ºC e -2,49ºC respetivamente, sendo o valor da temperatura média do ar, de 7,6ºC, o 5º mais baixo desde 1931.

Neste mês e particularmente na segunda metade, o risco de incêndio florestal acompanhou a excecionalidade meteorológica e atingiu níveis elevados, particularmente em comparação com períodos homólogos anteriores, apresentando forte correlação com o número de ocorrências e área ardida.


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